Queridos amigos, paz e bem!
Estamos às portas do
Tempo Quaresmal, período que vai da Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia
do Senhor, na Quinta-feira Santa. São quarenta dias em que a Igreja nos propõe
a penitência, ou seja, um desejo profundo de conversão, o reconhecimento das próprias
faltas, um maior esforço para o seguimento
de Cristo.
A Quarta-feira de
Cinzas dá início ao Tempo Quaresmal. Antigamente, a quaresma tinha início na
Segunda-feira após o 1º Domingo Quaresmal – isso porque os domingos não são, em
seu júbilo pascal, considerados dias de penitência. A partir do século VI o
início da quaresma foi antecipado para a Quarta-feira, isto é, antes do Domingo
chamado “invocabit” (Primeiro Domingo da Quaresma).
“O Rito da imposição
das Cinzas, que ocorre na Quarta-feira, é um sinal de penitência e convocação
para a conversão, acompanhado pelas palavras ‘Convertei-vos e crede no
Evangelho’ (Mc 1,15), ou ‘Lembra-te que és pó e em pó hás de tornar’ (Gn
3,19)”, explicam Albert Josef e Marion Bexten, do Instituto Litúrgico alemão em
Trier.
Além disso, há também o
chamado “Jejum Litúrgico”, que é a supressão do Hino de Louvor e do Aleluia nas
liturgias da Santa Missa, e do Te Deum, na Liturgia das Horas.
Contudo, vivenciaremos
uma Quaresma diferenciada, dentro do Ano Jubilar da Misericórdia. Será, sem
dúvidas, um tempo de “experimentar” a misericórdia do Senhor com maior
intensidade.
“A ‘penitência’, em
suas mais diferentes expressões, é resposta amorosa, agradecida, consequente ao
amor incondicional de Deus que, em Jesus, nos regenerou para uma vida nova”
(Editorial da Revista de Liturgia nº 253).
Nesse tempo, queridos
irmãos, a Igreja nos proporciona celebrações e meditações especiais, afim de
chegarmos à “Noite Luminosa da Páscoa” como verdadeiros seguidores de Cristo,
com nossos corações convertidos e “misericordiosos como o Pai”. Um dos grandes
exercícios espirituais propostos é o Retiro Quaresmal – meditações penitenciais
pessoais – são inúmeros, escritos por padres e bispos, em favor do Povo de
Deus. Além disso, há também a tradicional Via-Sacra, normalmente celebrada às
Sextas-feiras, que surgiu como imitação das procissões em Jerusalém, onde se
visitam os lugares santos. Percorrer as estações da Via-Sacra é meditar o apelo
de Jesus para segui-lo: “Chamou a multidão e seus discípulos junto de si e
disse: Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e
siga-me” (Mc 8,34).
Temos também outras
meditações, tais como a Meditação das dores de Maria, as procissões da
penitência, etc. Recordo ainda que a quaresma é um tempo propício para momentos
de deserto diante do Santíssimo Sacramento e maior participação nas Santas
Missas (dominicais e semanais).
A “Quaresma da
Misericórdia” é também um momento especial para colocarmos em prática as sete
obras de misericórdia corporais: dar de comer a quem tem fome; dar de beber a
quem tem sede; vestir os nus; dar pousada aos peregrinos; assistir aos
enfermos; visitar os presos e enterrar os mortos.
Lhe proponho também,
querido amigo, uma peregrinação à uma das Portas Santas abertas por ocasião do
Jubileu Extraordinário da Misericórdia, e lá participar do Sacramento da
Reconciliação e da Santa Missa, professar a fé e rezar pelas intenções do Santo
Padre, o Papa, com o desejo de receber as indulgências plenárias desse Ano
Santo.
Caminhemos com o
Senhor, rumo à festa da Luz!
Maria, Mãe da Dores,
rogai por nós!
Jr
Corrêa